De Sandra Riccio
Fintech não é mais um nicho. As novas tecnologias aplicadas ao setor financeiro e de seguros estão evoluindo rapidamente e se transformando em uma indústria sólida. Nos últimos tempos, surgiram várias empresas ligadas a este setor nascente. Assim como muitas start-ups estão na plataforma de lançamento. Mas o que nos espera no ano novo? Quais serão as tendências para ficar de olho? A Deloitte traçou um mapa com as cinco tendências que marcarão os próximos meses em fintech.
1 – Febre por criptomoedas e blockchain
Até um ano atrás, poucos conheciam as moedas virtuais. Hoje, o boom do Bitcoin se tornou um assunto diário e muitos querem investir em criptomoedas. Junto com o Bitcoin, outras moedas eletrônicas também surgiram como Ethereum, Dash, Litecoin, Neo, só para citar algumas. Isso lhe dá a capacidade de diversificar em vários instrumentos. No entanto, o conselho é se mover com cautela. O do dinheiro virtual é um mundo novo ainda cheio de armadilhas.
“É claro que não está mais relegado à esfera do conhecimento técnico e continuará sendo um tema dominante em 2018”, diz ele. Paolo Gianturco, sócio sênior da Deloitte e chefe de fintech que continua: “O mesmo se aplica à tecnologia Blockchain que é a base desses novos instrumentos de pagamento”.
O ímpeto também virá do fenômeno das ICOs (Inital coin Offers), uma nova forma de financiamento para start-ups, que também é gerenciada por meio do blockchain.
2 – O ano da análise inteligente de dados
Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre “Inteligência Artificial” (IA) e “Aprendizado de Máquina”. Para o setor fintech, 2018 será o ano da análise inteligente de dados. Em muitas áreas, como conformidade e avaliação de risco de investimento, a Análise Inteligente já é amplamente aplicada. Nos próximos meses serão sobretudo os bancos que vão procurar e propor novas soluções baseadas nesta avançada tecnologia.
“Neste contexto, estarão em jogo quotas de mercado e também será reduzida a concorrência entre os institutos nos novos serviços que adotem este tipo de tecnologia”, refere Gianturco.
3 – Mais regulamentação no setor
O setor de fintech tem feito grandes avanços. Isso levou a regras e regulamentos apropriados. Em 2018, a Diretiva de Serviços de Pagamento (PSD2) e o Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE entraram em vigor.
“As novas leis significam maior solidez para a indústria fintech e vão gerar mais confiança entre os clientes finais – explica Gianturco -. Além disso, as novas regras terão o efeito de operar uma espécie de seleção natural: algumas empresas, que não possuem nenhuma licença ou autorização real, serão obrigadas a se retirar, deixando o campo apenas para aquelas que atenderem a todos os requisitos legais e que proporcionem aos seus clientes proteção e segurança. Certamente os bancos terão que investir mais em tecnologia”.
Segundo estimativas da pesquisa do Gartner, o setor globalmente gastará 519 bilhões de dólares em TI em 2018, 4,1% a mais que em 2017.
4 – A tecnologia NFC se espalha
A tecnologia Nfc (Near-field communication) já existe há alguns anos e já é usada hoje para pagamentos rápidos e sem contato. Agora será interessante ver as novas áreas em que este sistema de conectividade será usado, começando pelos wearables. 2018 será o ano em que veremos as fintechs vestíveis se consolidarem.
5 – Fusões e investimentos no horizonte
Este ano, a indústria de fintech finalmente mostrará que cresceu. Isso também significará auxiliar em grandes processos de consolidação entre empresas que operam neste setor, grandes operações de investimento e atividades de listagem de mercado (IPOs). Quanto mais a indústria evolui, maiores se tornam os números. O ano passado já trouxe alguns mega financiamentos e rodadas de compras. Por exemplo, no mercado mais maduro do Reino Unido, a empresa de pagamentos Worldpay foi comprada por US$ 10 bilhões pela rival Vantiv. A Itália ainda está atrasada e tem havido poucas operações. No entanto, algumas empresas têm se destacado nos empréstimos, inclusive do exterior, como a Satispay, startup italiana que oferece um sistema de pagamento móvel, a Moneyfarm, gestora internacional de poupanças, e a Sardex, operadora internacional de gestão de poupanças.
O artigo completo foi publicado na edição de fevereiro do jornal mensal Wall Street Italia