O fundo soberano da Noruega torna-se o maior acionista do UBS com 5% do capital

O banco suíço UBS tem um novo maior acionista: Norges Bank Investment Management (NBIM), o banco público norueguês que gere o maior fundo soberano do mundo (com activos de 1,4 biliões de dólares) e que no início do mês aumentou a sua participação na entidade suíça para 5%, ultrapassando o seu peso no capital americano empresas de investimento como a gestora BlackRock (que tem 4,92% desde agosto) e Artisan Partners (com pouco mais de 3% desde março).

A maior aposta do NBIM no UBS surge num momento em que Gigante bancário suíço tenta conquistar investidores internacionais aproveitar a aquisição histórica de seu antigo rival Credit Suisse, diz Tempos Financeiros. A compra foi concluída há apenas três meses e a sua absorção total concretizar-se-á, em princípio, em 2025.

Nos últimos seis meses, Executivos de bancos suíços estão sob pressão para mostrar aos investidores que podem resgatar o Credit Suisse. Muitos grandes gestores de fundos concentram-se na forma como o UBS negocia um processo de integração complexo e na rapidez com que restaura os retornos aos acionistas.

O Credit Suisse e o UBS “operarão separadamente até à sua integração legal em 2024” e “a marca Credit Suisse e as suas operações continuarão até que a migração gradual dos clientes para o sistema UBS esteja concluída”, explicou o CEO do UBS num comunicado recente. esta última entidade, Sergio Ermotti.

Um banco focado na Europa?

Desde que assumiu a presidência do UBS, há um ano e meio, Colm Kelleher tem-se concentrado em conquistar grandes gestores de fundos activos, especialmente americanos. O objectivo é colmatar a lacuna de avaliação do banco relativamente aos seus pares de Wall Street.

Enquanto o UBS, cotado na bolsa de valores suíça, está a ser negociado a pouco mais de uma vez o seu valor contabilístico, o Morgan Stanley (onde Kelleher passou a maior parte da sua carreira) está a negociar pelo dobro do seu valor contabilístico, destaca o jornal britânico.

O que explica essa diferença? Os principais executivos da entidade suíça acreditam que, apesar das suas operações globais, ela é vista pelos investidores como focada na Europa, enquanto os seus rivais norte-americanos beneficiam de estarem cotados na Wall Street, mais negociada.

De acordo com dados da Bloomberg, Os Estados Unidos foram o maior mercado do UBS em lucro líquido em 2022. Daí veio 37% do seu volume de negócios, superando a Suíça (representava 22,3% do volume de negócios).

O UBS subiu mais de 30% desde que concordou em resgatar seu rival em março. Nas últimas semanas beneficiou na bolsa da decisão de cancelar todas as garantias públicas milionárias da operação e dos bons resultados do segundo trimestre do ano (com maior lucro trimestral da sua história).

Naturalmente, o consenso da Bloomberg considera que o banco suíço tem uma corrida limitada no mercado de ações, pois lhe dá um preço-alvo médio de 12 meses de 23,87 francos suíços por ação, ou seja, um potencial inferior a 5% dos preços correntes (cerca de 22,80 francos).

A Noruega também era um grande acionista do Credit Suise

O fundo soberano da Noruega está dentro do UBS há duas décadas. Ele também era um dos 10 maiores investidores do Credit Suisse quando este entrou em colapso em março, mas tem vendido sua participação desde então.

Na verdade, na última assembleia de acionistas do Credit Suisse, realizada em abril, o NBIM votou contra a maior parte do conselho de administração e o seu presidente, Axel Lehmann. “Os acionistas devem ter o direito de solicitar alterações no conselho quando este não agir no seu melhor interesse”, afirmou então a empresa nórdica, conforme recordado pelo TF.

Uma queda significativa nos ativos dos fundos de pensões

A recente movimentação do fundo norueguês na capital do UBS ocorre num momento, no mínimo, delicado para os maiores fundos de pensão do mundo.

Segundo pesquisa realizada pelo Thinking Ahead Institute, em colaboração com a revista americana Pensões e Investimentosos 300 maiores fundos de pensões do mundo registaram queda nos seus ativos no ano passado pela primeira vez desde 2018.

Esta descida está a par da observada em 2008, ocorrendo a um ritmo que só ocorreu duas vezes nos 20 anos de história deste estudo anual, segundo os responsáveis.

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